10 julho 2007

Alegria no trabalho...

_“Oh meu grande filho da puta!” – disse-me, uma vez, o meu avô, ao mesmo tempo que me dava três bofetões no focinho por ter andado a vestir as cuecas da senhora sua esposa, minha avó.
_“Que é que foi, oh seu conas? Antes parecê-lo, do que sê-lo!” – disparei eu, a soluçar, antes de reparar que já vinha um punho de 50 quilos a cortar o ar na direcção da minha tromba. Nunca mais me esquece... E hoje recordei este pequeno episódio da minha infância enquanto me olhava ao espelho.

O meu avô era uma pessoa muito pacata e reservada, nada dado a grandes manifestações de alegria ou de tristeza. Antes desse dia, nunca tinha distinguido nas feições do meu avô outra coisa que não fosse uma aparente serenidade inata, como se o meu avô fosse um mero espectador da vida que se desenrolava à frente dos seus olhos, limitando-se a observar, sem emitir qualquer consideração, sem deixar transparecer para o exterior qualquer sentimento, sem se queixar, sem se regozijar com o que quer que fosse. Um ser inerte. Contudo, nesse dia, como tivesse o meu acto perturbado de forma irreversível a quietude de toda a sua existência, como tivesse o meu acto deitado por terra todo um projecto de vida, o meu avô explodiu de raiva. O olhar raiado de sangue do meu avô e os sulcos faciais com um quilómetro de profundidade davam-me a entender que, ao trajar a dita vestimenta feminina, havia tocado num ponto sensível. Nesse dia, fiquei a conhecer um outro avô, uma pessoa que eu ainda não tinha visto.

Isto vem a propósito do ambiente laboral que tenho vindo a experimentar por estes dias... Estou prestes a rebentar! Se ao meu amigo Zé Carlos andam a fazer umas filhas da putice aos domingos, a mim andam a fazer-me umas filhas da putice de segunda a sexta-feira, non-stop! Anda aí uma sujeitinha que me tira do sério... Há duas ou três coisas neste mundo que me deixam completamente fodido: o constante adiamento da consagração mundial do Benfica como M.M.C.F.T.H.H.A.S. (Maior e Melhor Clube de Futebol de Toda a História da Humanidade, Agora e Sempre!), o cantor “pimba” Toy (só a sua existência incomoda-me profundamente) e a puta da mania que os meus vizinhos têm de vir à janela de cada vez que eu entro ou saio de casa (era fodê-los a todos!).
E depois, há esta putinha que se passeia pelo meu local de trabalho... Esta putinha... Para terem uma ideia do ódio de morte que eu tenho a esta gaja, tentem imaginar uma mistura de Teresa Guilherme, com Júlia Pinheiro, com aquela gaja irritante que apresenta o programa da manhã da TVI com o Manuel Luís Goucha, com o Manuel Luís Goucha, com traços de Maria José Nogueira Pinto e aliem a esta mistela as piores características da gaja mais asquerosa que vocês já tiveram a infelicidade de conhecer. Agora imaginem o que significaria levar com essa merda em cima todos os santos dias. Todos os santos dias, todas as santas horas, todos os malfadados minutos, a levar com perguntas do tipo “Então? Que estás a fazer?”; “Então? Muito trabalho?”; “Então? Estás aqui?” ou com merdas do género “Ai... Está tanto calor...”; “Ai... Que seca...”; “Ai... Isto...”; “Ai... Aquilo...”; “Ai... Ai...”. Foda-se! Cala-te, caralho! Eu dou-te o “Ai”! Ela sabe que nem a posso ver à frente e sabe que me interrompe e destabiliza, mas sinto que o meu mal-estar lhe dá prazer... Enfim, já fazem uma pequeníssima ideia. Agora imaginem essa cabra no fundo de um buraco, com as pernas partidas, na agradável companhia de um porco esgazeado de fome, a ser lentamente comida por este animal. E agora imaginem-me cá em cima, a gritar para o fundo do buraco: “Então? Que estás a fazer? Está tanto calor, não está?”, ao mesmo tempo que esvazio um frasco de ketchup em cima da sujeita, de forma a tornar a sua ingestão mais agradável ao porco. É uma imagem tão linda, não é? Tudo bem que a gaja até tem umas tetas boas, mas o que é demais é fastio!

Enfim... Sonhos... Oh Zé Carlos, será que nunca mais legalizam o “homicídio por filha da putice da vítima”?

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