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"A simulação de relações sexuais com um frigorífico foi ontem apresentada, no tribunal da Lousã, como o motivo que desencadeou uma reacção que viria a culminar com um homicídio, numa aldeia serrana. O autor do crime, um português de 27 anos, disse ao colectivo de juízes que interpretou esses "gestos obscenos" feitos pela vítima como uma ofensa à sua companheira. Tudo se passou a 28 de Abril de 2005, em Catarredor, Lousã. O arguido, acusado de homicídio qualificado, contou que estava a almoçar com vizinhos, quando a vítima, austríaco, de 47 anos, entrou embriagado.
Após essa cena "as outras pessoas acalmaram os ânimos e ele foi-se embora", disse o arguido. "Mas aquilo ficou-me na cabeça". À tarde foi trabalhar na agricultura. "Mas andei sempre a pensar naquilo", confessou ao colectivo. Admitiu que também consumiu drogas durante toda a tarde.
Ao início da noite diz ter continuado a pensar no assunto. Os outros vizinhos ainda o terão tentado convencer a "não ligar", porque a vítima "era assim quando bebia". Mas sem sucesso. "Descontrolei-me. Deixei-me levar um bocado pelas emoções", admitiu.
Dirigiu-se a casa da vítima, alegadamente para conversar, mas levou uma catana que tinha em casa. "Não era para usar. Mas como não sabia qual seria a reacção do homem, pensei levar a catana para me proteger". Segundo contou ao tribunal, ainda estiveram sentados à mesa (onde terá pousado a catana) a conversar e fumaram mais "dois charros".
A conversa "começou a azedar", na versão do arguido, a partir do momento em que a vítima lhe terá dito que a sua companheira "ainda poderia vir a ser a namorada dele". A partir daí admitiu ter-se descontrolado e deu-lhe "uma série de catanadas". Segundo a PJ, só na cabeça a vítima foi atingida com 16 golpes.
O processo envolve mais um arguido, suíço, de 44 anos, acusado de favorecimento pessoal, por alegadamente ter ajudado o autor do homicídio a queimar as roupas sujas de sangue. Este, no entanto, negou tê-lo feito. Disse que foi à casa da vítima com o português e que este ainda desferiu mais golpes. Perante o cenário afirmou ter fugido, e depois de instalar o filho num "esconderijo", "fomos embebedar-nos para outra casa". A GNR só foi alertada no dia seguinte."
P.S.: Ok, só um pequeno comentário... O frigorífico devia ser mesmo muito bom... Ou a mulher do sujeito muito má...