14 setembro 2005

Correio Assexual

"No outro dia, a minha mulher espalhou leite condensado pela minha genitália. Confesso que até foi razoavelmente aprazível, mas, passados dois ou três dias, apareceu-me uma alergia no pénis e tenho a sensação que foi disso. Será possível? "

L. G. - Montalegre

O nosso leitor é idiota. É ponto assente. Ultrapassada que está a constatação do óbvio, necessário se torna uma análise cuidada do cerne da questão. Mas quem é o filha-da-puta-atrasado-mental que deixa a sua mulher/vaca espalhar leite condensado por onde quer que seja? Especulemos... Por acaso a porca da sua mulher seria uma vaca leiteira? Por acaso o tímido leitor estaria a apertar as tetas da sua esposa-meretriz de modo a extrair algum leite para sua alimentação? A carta do nosso leitor rabeta não nos permite desfazer essa dúvida. Mas não me parece. São merdas destas que me provocam azia. Por estas e por outras é que eu fico horas e horas enfiado no meu cubículo a jogar Playstation, sem qualquer contacto com o mundo exterior, somente saindo para cagar e esporrar a cara do Carlos Malato. Caros leitores: nunca, repito, NUNCA deixar cabra alguma espalhar o que quer que seja em zona circundante à nossa piça num raio inferior a 3 metros. A não ser que seja suco vaginal. Nesse caso, é até aconselhável. Faz bem à pele. Mas, excluída a nhanha-da-cona, jamais se deve baixar a guarda perante uma gaja que, subitamente, aproveitando o intervalo monótono dos “Morangos com Açúcar”, se lembra que até era capaz de ser boa ideia espalhar leite condensado, manteiga de amendoim ou um qualquer outro produto alimentício pelo nosso tomatal. E isto porquê? Meus amigos, todos nós sabemos que o produto da nossa “horta” é produto sensível, susceptível às condições climatéricas, ao adubo utilizado, ao sistema de regadio, ao míldio (que estraga as culturas), ao solo, etc., etc., etc. O sexo feminino, essa grande praga bacteriana que afecta muitos dos nossos cultivos, é doença perigosa. A mulher/puta é bicho fodido! Hoje é leite condensado, amanhã é ácido sulfúrico. Quando “damos por ela” (atente-se ao duplo sentido), temos as culturas todas fodidas, caules cortados, tomates esmagados, pepinos podres, cenouras... enfim... Com a ascenção do movimento chamado de “feminista”, todo o cuidado é pouco. A terapêutica indicada para erradicar essa doença, que faz da “igualdade entre homens e putanas” o seu hino, passa por tacos de basebol, pés-de-cabra e, em casos extremos, caçadeiras de canos cerrados. Portanto, o nosso pequeno leitor cometeu um erro crasso: deixar aproximar essa pêga dos seus produtos hortículas com substância duvidosa. A fixar: não volte a fazê-lo.
Mas caro L.G. de Montalegre, porque não vale a pena chorar sobre o leite condensado derramado, aqui deixo à sua consideração o meu conselho para, pelo menos, amenizar a dor: tomar banho. O leite condensado, quando em contacto com determinados fluídos corporais durante várias horas (ou dias, como parece ser o caso sub judice), mormente, ao nível testicular[1], pode trazer vários inconvenientes, como sejam a comichão, a vermelhidão, o cheiro nauseabundo e até infecções fúngicas – a sobejamente conhecida tinea cruris. Qualquer indivíduo minimamente informado e que não seja um porco do caralho sabe disso. Tome especial cuidado com as infecções mistas, onde poderão surgir bactérias e fungos não susceptíveis, como a Candida Albicans. O leite condensado seco, juntamente com o suor e o surro da colhoada, pode levar o ser humano ao seu limite. Em alguns casos extremos, meticulosamente estudados em laboratório, foram detectadas sensações deveras desconfortáveis. Convém também aplicar produto venenoso para formigas, em quantidades moderadas, nos pés, a fim de prevenir que elas subam por aí acima e lhe tomem o gosto agri-doce. Desta forma, evita aquela sempre constrangedora situação do “Ai-que-estou-numa-repartição-de-finanças-a-preencher-o-modelo-6-do-I.R.S.-e-dou-por-mim-com-uma-invasão-de-formigas-no-escroto!”. Nada conveniente e chega a pontos de se tornar embaraçoso.
A evitar: Molho mexicano.
Sugestão do chefe: Maruca com salada russa. O pénis em erecção dá-lhe a sua pedra de toque e tem poucas calorias.


[1] É sabido que o suor dos colhões pode desencadear no seu portador sensações contraditórias de repulsa e fascínio olfactivo. Para evitar essas sensações, sugerimos a colocação de grampos metálicos – de preferência bem afiados – dentro dos boxers ou cuecas. Dessa forma, a dor infligida na tomatada tornará qualquer incursão naquela área uma autêntica luta pela sobrevivência, e o cheiro dos colhões, secundário.

3 comentários:

Anónimo disse...

"Havia um tipo que precisava bué de lama.... mas era timido.... e o lider espiritual do tibete é que tinha a lama toda... um dia cansou-se de ver aquele pobre homem a precisar tanto de lama e a não ter coragem de pedir... dizendo assim a um dos seus subordinados: " olha, dalai lama caralho!!!"

Anónimo disse...

E o gajo tinha que ser logo de Montalegre. Foda-se.

Anónimo disse...

Lindo! Quanta inspiração a tua...
Começo a achar que temos aqui um iluminado!
"O Avó", peço-lhe que continue a brindar-nos com rasgos de clarividência como este. Perolas que nos fazem crer que a vida é bem mais simples do que a pintamos!
Obrigado