23 maio 2008

Da Gula

Coisa curiosa, a memória. A memória não funciona em linha recta, num fio temporal contínuo, lógico e, de algum modo, previsível, como o lento deslizar das nuvens ou o passar dos dias, mas antes em sucessivos círculos. Ou melhor, em espirais. Ela surge no pensamento consciente quando menos se espera e, sem darmos por isso, já estamos numa qualquer repartição pública a tentar disfarçar o embaraço provocado por uma monumental erecção, só porque o barulho mecânico e irregular de uma impressora nos fez recordar o lascivo e impetuoso arfar de uma antiga "fuck buddie".


A moça era bastante esforçada… Não era propriamente uma obra-prima da sensualidade, mas também não era nada de se deitar fora… Bem pelo contrário. Tinha umas maminhas muito bem feitas, redondinhas e firmes, umas feições agradáveis e um corpo bastante rijo – tesudo até! A sua nudez revelava uma volúpia antes oculta pelas roupas, o que lhe conferia uma aura irresistível que pura e simplesmente me destituía de vontade própria e me condenava ao pecado carnal. Via-se que gostava de me dar prazer. Mil vezes me fez vir e mais mil me teria feito vir, tivesse eu deixado e/ou o acaso proporcionado. Enfim, coisas que já lá (se) vão e que não (se) tornam a vir… A não ser na memória. E na mão esquerda…


Moral da história: a quarta dimensão é uma coisa bem fodida…

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