28 maio 2008

Da Inveja

Típico dia do puto-arrendatário que me ocupa 1/3 da casa:

18h00 – 18h30: Inicia a árdua tarefa de ir abrindo um olhito, até se habituar à (pouca) luz do dia que ainda resta.

19h00: Está pronto para se levantar da cama e iniciar mais um dia produtivo de trabalho.

20h00: Levanta-se, finalmente.

20h30: Toma o pequeno-almoço.

21h00 até às 00h00: Vê televisão.

00h15: Almoça, lancha e janta.

00h30 até às 07h00: Vê filmes e navega na internet.

Agora: eu não sou pessoa de nutrir invejas. A sério que não. Tirando o pároco da minha freguesia, que é capaz de aviar três fiéis devotas enquanto o diabo esfrega o escroto, não há quem me faça inveja. A não ser este puto, com a sua vidinha santa. Caralho lá p’ró puto! No outro dia, propus-lhe irmos a uma casa de putas. Moção apresentada, votada e aprovada, lá fomos nós ao sobejamente conhecido “Night City”... Aquilo que o meu caro amigo não sabia é que o referido estabelecimento, ao invés de putas, tem pretos. E em vez de um gajo pagar para foder, paga-se para não ser fodido. É uma cena nova radical que anda por aí. Funciona à base do medo.
Tenho feito esforços no sentido de ambientar o puto o mais possível. Todos os dias, acorda com um objecto novo na boca: meias sujas, cabelos que se emaranham no ralo da banheira, cotonetes, bocados de merda, enfim – toda uma panóplia de sabores e texturas ideais para começar bem o dia. E a verdade é que o puto anda aí que nem um menino recto. Felizmente, já se apercebeu que as regras por aqui são diferentes. Mas vá, no cômputo geral, até é um bom puto.
Ah! E tenho inveja do meu pai, por ter um filho tão asinino.

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